Artigo: O bolsonarismo sucumbirá aos escândalos de Bolsonaro?

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Por: Luís Bassoli*

Há cerca de um mês, escrevi um artigo, publicado neste espaço d’O Defensor, com a indagação de como se comportariam os bolsonaristas sem seu líder.

Cauteloso, disse ser arriscado fazer prognósticos e citei pesquisa do Instituto Quaest, que mostrava o governo Lula com 37% de aprovação contra 27% de desaprovação.

Ponderei que os dados eram paradoxais e que, de concreto, só havia a solidez dos bolsonaristas, nuns 25%.

Pois bem, nova pesquisa Quest desenha um novo cenário.

A aprovação do Governo Lula foi a 60%, contra 37% de desaprovação.

Porém, os dados mais contundentes são os setoriais:

A aprovação de Lula subiu nas regiões Sul (59%), Sudeste (55%) e Nordeste (72%); no Centro Oeste, tanto Lula quanto Bolsonaro caíram (52% e 39%).

Lula ultrapassou Bolsonaro entre os evangélicos (50% a 46%) e ampliou a diferença entre os católicos (63% a 32%).

Entre os eleitores de Bolsonaro, a rejeição de Lula recuou e a aprovação subiu.

Os escândalos do ex-Ajudante de Ordens, Tenente-Coronel Cid, da deputada Carla Zambelli e do advogado Frederick Wassef atingiram o próprio Bolsonaro.

O governador de SP, Tarcísio de Freitas, aparentemente, tentará se afastar, cuidadosamente, do ex-presidente, na esperança de manter o potencial de votos da extrema-direita.

Analistas ponderam que as denúncias que envolvem o ex-presidente e os acertos da atual Administração estariam ruindo o bolsonarismo.

A maioria da população está voltando a discutir assuntos “reais”, como aumento do emprego e renda – e se afastando das teses moralistas.

O sentimento “antipetista”, muito provavelmente, não será suficiente para sustentar o bolsonarismo – e os conservadores deverão buscar uma candidatura alternativa para enfrentar Lula em 2026.

(Com: Pesquisa Quaest, CGM, ICL, TV 247 e agências)

* Luís Bassoli é advogado e ex-presidente da Câmara Municipal de Taquaritinga (SP).

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.

 

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